Foto: Victor Caivano

Em nosso primeiro post da série Especial Amazônia explicamos um pouco da Amazônia brasileira em números e destacamos que não podemos ignorar nossa responsabilidade sobre a maior floresta tropical do mundo, que possui a maior bacia hidrográfica e o suprimento de água doce do nosso Planeta, além de uma importante participação sobre as mudanças climáticas.

 

Neste post, apontaremos as 7 principais ameaças à Amazônia atualmente e esclareceremos quais indústrias estão por trás dos objetivos do desmatamento da floresta:

 

– Pecuária: responsável por quase 70% do desmatamento, as pastagens (em maioria de baixa produtividade), são a maior ameaça.  Estamos destruindo a Amazônia para transformá-la em pasto para gado;

 

– Agronegócio: fundamentado nos nocivos princípios de latifundiários, maquinários (em detrimento da geração de empregos), agrotóxicos (centenas deles já proibidos em outros países), transgênicos e monoculturas extensivas, como a soja. Os pequenos produtores no Brasil são responsáveis por 70% da produção de alimentos da população, já o agronegócio se dedica à monocultura na produção de grãos que alimentam o gado nacional e internacional;

 

– Mineração: a existência de minerais valiosos como minério de ferro, alumínio, cobre, ouro, manganês, caulim, estanho e gás transformam a floresta em grandes buracos desmatados, além de contaminar rios e o solo com produtos químicos utilizados na extração dos minérios;

 

– Mega hidrelétricas: os famosos projetos que prometem levar a energia necessária para o desenvolvimento do país, sem realmente contabilizar os prejuízos socioambientais. O deslocamento de populações de seus territórios tradicionais (sem as devidas indenizações e realocações), o alagamento de enormes áreas de floresta, que significa a perda de habitat de espécies da fauna e flora, o desaparecimento de peixes que não podem mais migrar e que representam o sustento de comunidades inteiras, as profundas mudanças no microclima (temperatura, umidade, regime de seca e inundações forçado, para manter os níveis de água da usina), além das enormes pressões sociais ao deslocar milhares de trabalhadores para cidades pequenas;

 

– Extração de madeira: o desmatamento em geral significa a perda de habitat das espécies e desequilíbrio do ecossistema, além da extração de árvores escassas e que levam muito tempo para crescer, sem respeitar a capacidade natural de recuperação da floresta;

 

– Biopirataria, tráfico de animais silvestres e caça ilegal: o tráfico de animais silvestres é a terceira atividade que mais movimenta dinheiro clandestino no mundo (perdendo apenas para drogas e armas) e o Brasil é um dos principais alvos, tendo os peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis e outros animais da fauna Amazônica comercializados ilegalmente. A biopirataria, a apropriação indevida de recursos da fauna e da flora, como patentes internacionais de conhecimentos tradicionais indígenas ou a manipulação de sementes da Amazônia, também são ameaças, como as sementes de seringueira que foram contrabandeadas pela Inglaterra em 1876 para produzir o látex na Malásia com menor custo, quebrando a indústria brasileira de produção da borracha.

 

– Ocupação irregular e estradas: por todos os motivos acima, uma enorme população se desloca para regiões remotas e se vêm obrigadas a participar de práticas ilegais para sua subsistência, o que resulta na abertura de estradas clandestinas e ocupações irregulares, com condições de vida precárias, violência e marginalização.

 

De acordo com o líder indígena Ailton Krenak “com o contexto de mudanças climáticas no planeta, a corresponsabilidade dos povos, inclusive dos povos indígenas, é diminuir a intensidade das atividades de regiões onde a ecologia tem o papel regulador do clima planetário, que é o caso da Amazônia, e outras regiões onde os povos indígenas guardam diferentes territórios”. Porém, com um novo governo federal determinado a desmontar as políticas públicas ambientais, já enfraquecidas no país, o cenário se apresenta cada vez mais avassalador.

 

Diante desse cenário, o que podemos fazer pela Amazônia? Continue lendo mais informações sobre a Amazônia em nosso Especial Amazônia com 3 outros posts sobre: a Amazônia em números, o que podemos fazer para salvar a Amazônia e projetos e ONGs sérias na Amazônia que você pode apoiar.